segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A escola e a prática cidadã

[...] Em consonância ao que atestam as legislações e documentos oficiais da educação brasileira, Perrenoud (2005, p. 30) propõe algumas considerações mais específicas quanto ao papel da escola na formação para a cidadania que podem e devem ser estudadas e discutidas pelos gestores, professores e alunos a fim de construir coletivamente uma escola cidadã. O autor expressa que “para educar verdadeiramente para a cidadania, é necessário, de fato, alterar substancialmente uma parte dos funcionamentos escolares instituídos” (Perrenoud, 2005, p. 30). Dentre esses funcionamentos o pesquisador aborda três, abrangendo a apropriação ativa dos saberes e da razão crítica; a apropriação de um mínimo de ferramentas provenientes das ciências sociais; e por último, a prática da democracia e da responsabilidade.
É sabido que a falta de informação e principalmente de compreensão acerca de assuntos relevantes tornam o indivíduo mais vulnerável às ações “nocivas” do meio social, sejam elas políticas, econômicas, enfim, de qualquer natureza, e, portanto, deixam-no mais passível de dominação. Isso acontece, conforme enfoca Perrenoud (2005, p. 30), porque:

Seu capital cultural não é suficientemente significativo e pertinente para lhes proporcionar os meios de se defender, nem mesmo para compreender os mecanismos que os fazem sofrer ou que precipitam sua exclusão. A miséria do mundo é quase sempre acompanhada de uma privação intelectual, que é, ao mesmo tempo, causa e conseqüência, em um círculo infernal.


[...] Assim, nas palavras de Perrenoud (2005, p. 31), a educação para a cidadania sugere a “construção de meios intelectuais, de saberes e de competências que são fontes de autonomia, de capacidade de se expressar, de negociar, de mudar o mundo”. O autor aborda ainda que o fracasso escolar constitui-se não em mais um problema, mas como o cerne do problema da educação para a cidadania, uma vez que a assimilação de saberes e da escrita e a apropriação de competências de alto nível são condições imprescindíveis para a construção da cidadania pelo indivíduo
[...] Um outro fundamento escolar instituído que precisa ser alterado, conforme o já referido autor, relaciona-se à apropriação de um mínimo de ferramentas provenientes das ciências sociais que propiciam ao indivíduo maior “capacidade de abstração, de comunicação, de busca de informação e de assimilação de novos conceitos e novos saberes” (Perrenoud, 2005, p. 31), o que proporciona ao indivíduo meios de compreender assuntos de naturezas diversas, que influenciam sua maneira de viver, tais como política, economia, dentre outros.
[...] Outro aspecto a ser alterado, conforme Perrenoud (2005, p.30), refere-se à prática da democracia e da responsabilidade. Segundo o autor, é necessário que os educandos vivenciem a prática democrática através da participação ativa nas escolas, seja em nível macro, negociando possíveis decisões com os gestores, de modo a atender às suas necessidades e anseios, seja em nível mais restrito, que abrange as práticas pedagógicas em sala de aula e, principalmente, assuntos referentes ao “conjunto da organização da vida na sala de aula” (Perrenoud, 2005, p. 38), que engloba horários, espaços, regras e sanções, modos de cooperação e de regulação da coexistência. No que se refere à participação nas decisões maiores, que envolvem a escola como um todo, sugere-se a participação efetiva dos estudantes através de agremiações estudantis, que são instituídas e conferem aos alunos organização política e participação ativa nas tomadas de decisões visando atender os seus anseios e necessidades e/ou ainda a participação, de fato, em conselhos escolares, que “exigem” um representante do alunado, não para simplesmente concordar com o que foi decidido pelo gestor, e, assim, assinar a documentação necessária, mas sim para participar do conselho discutindo e debatendo a destinação das verbas e fiscalizando as ações da direção da escola. Esse é um dos principais objetivos do conselho escolar: a participação política eficaz envolvendo membros da direção escolar, do professorado, dos discentes e da comunidade escolar. Logo, esse tipo de organização, se bem representada e orientada, constitui-se em um forte elemento favorável à prática democrática e ao exercício da cidadania nos limites do espaço escolar.
No entanto, o autor alerta que a prática da cidadania não se restringe a alguns momentos de regulação como os conselhos, por exemplo; ela deve ser cotidiana e para tanto necessita ser vivenciada cotidianamente em sala de aula, e não somente limitada à organização da rotina e das regras, mas sobretudo na relação com o saber. É inegável que os conhecimentos que abrangem os currículos são resultados de pesquisas científicas e foram reafirmados ao longo de diversos debates entre especialistas, contudo, isso não deve impedir o questionamento e a dúvida por parte dos educandos. O docente deve incentivar uma atitude investigativa e duvidosa com relação ao conhecimento ministrado a fim de gerar questionamentos, verificação de dados e ouvir teses contrárias, para, então, tomar posição, pois como revela o autor, o exercício da cidadania se fundamenta em “uma postura ética e de competências práticas passíveis de serem transpostas ao conjunto da vida social” (Perrenoud, 2005, p. 34). Portanto, tal postura deve ser considerada todos os dias em todos os momentos da aprendizagem formal ou informal. É necessário frisar, no entanto, que “a democracia supõe o debate e, portanto, tempo para pensar, para se expressar, para ouvir e compreender pontos de vista contrários e para buscar compromissos” (idem), porém a escola e os professores julgam essas experiências como não participantes do programa e não conferem aos educandos esses momentos de reflexão e debate com a justificativa de não cumprirem o programa no fim do bimestre. Os programas, por sua vez, embora reformulados pelos documentos oficiais, ainda são sobrecarregados, privilegiando, na prática, a transmissão de saberes em detrimento de uma construção comum em um procedimento de projeto e debate. Ora, como formar para a cidadania tolhendo o que de mais importante há para a sua aprendizagem? Perrenoud (2005, p. 39) lembra que:

O papel da escola, que constitui um mundo social como os outros, é igualmente o de estabelecer dispositivos e de formar habitus favoráveis ao exercício da razão, ao desenvolvimento de uma relação racional com o saber, que exclui ao mesmo tempo o respeito incondicional e instantâneo aos que sabem e a negação de uma legitimidade particular reconhecida aos que têm como ofício produzir e/ou transmitir saberes.


Assim, reafirma-se a importância do debate, do questionamento e da inquietação, características singulares que qualificam o aluno-indivíduo como aluno-cidadão.

Este texto é um trecho do Trabalho de Conclusão de Curso: A cidadania sob a ótica do Ensino Médio, de minha autoria, apresentado à Universidade Veiga de Almeida no fim do 1º semestre de 2008, como requisito à graduação em Pedagogia.

O Projeto Político Pedagógico como instrumento favorável à cidadania

O Projeto Político Pedagógico (PPP), assim como as contribuições de Perrenoud, merece especial atenção na elaboração de uma proposta que vise à construção da cidadania pela escola, pois ele se configura como a própria identidade da escola, emanando princípios, diretrizes e propostas de ação. Orienta-se que tal documento deva ser construído de forma participativa envolvendo os diversos setores da comunidade escolar, sendo constituído a partir de um planejamento dialógico.
Nas palavras de Padilha (2003, p.13):


O Projeto Político Pedagógico da escola pode ser inicialmente entendido como um processo de mudança e de antecipação do futuro que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares. Ao desenvolvê-lo, as pessoas ressignificam suas experiências, refletem sobre suas práticas, resgatam, reafirmam e atualizam valores, explicitam seus sonhos e utopias, demonstram seus saberes, dão sentido aos seus projetos individuais e coletivos, reafirmam suas identidades, estabelecem novas relações de convivência e indicam um horizonte de novos caminhos, possibilidades e propostas de ação.

Para que todas essas possibilidades geradas pelo PPP sejam efetivamente concretizadas, ele deve apresentar algumas etapas, que, se elaboradas com os alunos, reforçam o conhecimento acerca da realidade em que estão inseridos conferindo-lhes mais autonomia e entendimento sobre as reais condições de vida das pessoas e do lugar em que vivem. A caracterização sócio-econômica da comunidade escolar – possível item do PPP – pode ser realizada através de pesquisas documentais e de campo, entrevistas a moradores e observação das diversas atividades que são características do local onde moram. Dessa maneira, os educandos serão incentivados à curiosidade, à investigação, elementos imprescindíveis na relação com o saber e, uma vez orientados pelos professores, utilizarão métodos de pesquisas, proporcionando-lhes não só a curiosidade, mas também formas e metodologias adequadas para saná-las. Além disso, o conhecimento da história do município ou da comunidade, dos eventos culturais característicos da região, das principais atividades econômicas e do poder aquisitivo da população, do nível educacional e social dos moradores, permitem a construção da identidade do educando, fortalecendo a concepção de pertencimento ao local e propiciando reflexões e possíveis ações para melhorar sua comunidade, exercendo dessa forma sua condição de cidadania, pois, de acordo com Perrenoud (2005, p. 30), essa só será exercida mediante a aquisição de conhecimentos, saberes e competências que são essenciais para sua prática adequada.
Outro ponto que merece ser discutido no PPP, refere-se à descrição da realidade escolar, que proporciona aos alunos o conhecimento acerca da instituição em que estudam: sua história, suas condições ambientais, o espaço físico interno e externo, áreas verdes e de lazer, bibliotecas, laboratórios de informática, quadra poliesportiva, auditório, enfim, o conhecimento e a descrição sobre as condições físicas da escola por parte dos estudantes permitem a identificação de problemas e possíveis melhoramentos e ampliações nas instalações escolares, o que resultará no zelo pelo bem público, que é deles e para eles. Assim, ao realizar essa tarefa, os estudantes poderão, mediante os grêmios estudantis, conselhos escolares, ou ainda organização de grupos independentes, reivindicar junto à direção melhorias para a unidade escolar, construindo dessa forma um aprendizado do que é ser cidadão, que, conforme expressa Costa (s/d), constitui-se em “assumir a dimensão política do ser humano e participar da sociedade ativamente”. Assim, o PPP contribui de forma significativa e converte-se em efeito prático da educação para a cidadania.
Entretanto, as ações educacionais para a formação cidadã a partir do PPP não se esgotam com as propostas citadas anteriormente. Ao contrário, elas se concretizam de forma mais consistente nas propostas pedagógicas que se relacionam diretamente com o que aprender e como aprender, fatores cruciais para a formação cidadã, segundo a orientação de Perrenoud (2005). A elaboração das propostas e ações pedagógicas conjuntamente com os educandos confere um aprendizado mais próximo da realidade em que estão inseridos e suprem mais eficazmente seus anseios e necessidades. A participação dos pupilos “no criar” e no “fazer pedagógico” garante uma relação íntima com o objeto de estudo, tornando-o mais significativo para os aprendizes. A exposição e construção dos objetivos de ensino para os educandos permitem a avaliação dos professores por parte destes e também a sua auto-avaliação, propiciando um grau de análise e criticidade com relação aos professores e, sobretudo, mais autonomia ao realizar a auto-avaliação, elemento também citado por Perrenoud (2005) para a formação da cidadania.
Sendo assim, o Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar é de extrema relevância para o contexto de uma educação voltada para a cidadania e deve ser elaborado e, sobretudo, vivenciado pelos alunos como forma de intervenção política e pedagógica, tornando-se, dessa maneira, mais do que um instrumento de cidadania, uma estratégia pedagógica adotada pela escola para a formação cidadã.

Este texto é um trecho do Trabalho de Conclusão de Curso: A cidadania sob a ótica do Ensino Médio, de minha autoria, apresentado à Universidade Veiga de Almeida no fim do 1º semestre de 2008, como requisito à graduação em Pedagogia.

Atividade sobre desmatamento com utilização de hiperlinks

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Animações produzidas no NTM de Cabo Frio!!!

Vale a pena conferir e utilizá-las como material didático em sua escola!!

A Porta

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sugestões de Repositórios Didáticos!!!

Os Repositórios Didáticos podem ser definidos como locais destinados a partilha de objetos de aprendizagens. Nestes locais o usuário pode localizar, adicionar e obter diversos objetos de aprendizagem!

Vamos as sugestões!

RIVED - http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php
É um programa da Secretaria de Educação a Distância que objetiva a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem. O programa também realiza capacitações sobre a metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas Instituições de Ensino Superior e na Rede Rública de Ensino.



DOMÍNIO PÚBLICO - http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
É uma biblioteca digital que permite a coleta, integração, preservação e compartilhamento de conhecimentos, visando promover amplo acesso a obras literárias, artísticas e científicas em texto, sons, imagens e vídeos.


SLIDE SHARE - http://www.slideshare.net
É uma ferramenta da web que permite a partilha de apresentações em Editor de Apresentações. Trata-se de um sistema que visualiza e partilha apresentações. É um site que não tem fins educacionais, embora seja utilizado como repositório de material didático.


4 SHARED - http://www.4shared.com
é um site de hospedagem e compartilhamento gratuito de arquivos. Nele, o usuário pode armazenar e distribuir seus arquivos para outros usuários. A exemplo do slide share também não foi criado com fins educacionais, embora, encontremos diversos materiais didáticos.


YOU TUBE - http://www.youtube.com
Conhecido de todos, é um site que permite carregar e compartilhar vídeos em formato digital. O material postado pode ser disponibilizado em blogs e sites pessoais.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Atividade com Hiperlink - Curso TICs

PLANO DE AULA – EDUCAÇÃO INFANTIL
  • TEMA: Desmatamento/Hiperlink

  • TURMA: 3º ano do Ens. Médio

  • Nº DE AULAS: 4 a 6 aulas de 50 min. Cada uma

  • OBJETIVOS GERAIS:

- Conscientizar-se da importância da preservação ambiental

- desenvolver habilidades para a utilização do Hiperlink

  • OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- identificar áreas desmatadas na sua região

- elaborar propostas/alternativas para conter o desmatamento

- navegar através do hipertexto;

- descobrir as diversas possibilidades de leitura oferecidas pelo hipertexto

  • CONTEÚDOS:

    Desmatamento;

  • PROCEDIMENTOS:

    1. Apresentação do conteúdo e leitura do texto (via email): Desmatamento: você também é culpado.

    1. Navegar através do hipertexto ( inserido no texto original), explorando o hiperlink que os levará ao programa google earth;

    1. Identificar as áreas da região onde moram mais afetadas pelo desmatamento.

    1. Produção de pequena animação ou vídeo com ações que combatam o desmatamento.

    1. Elaboração de texto colaborativo com inserção de hiperlinks com as animações ou vídeos produzidos para disseminação das propostas entre os colegas;

  • AVALIAÇÃO: Cada aluno ficará incumbido de avaliar o trabalho de um colega expondo os pontos fortes e os pontos falíveis da proposta, enviando um email para o professor e para o próprio colega avaliado;

  • RECURSOS: Computador, internet, câmera de vídeo (celular ou fotográfica), Linguagem oral;

  • REFERÊNCIAS:

<http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=

1&source=a1779276.xml&template=3898.dwt&edition=9376&section=210 >Acesso em: 21 out. 2009

Reflexões sobre o texto: Pingos nos IS: A importância das comunidades em rede

Pingos nos IS: A importância das comunidades em rede


A internet realmente é um fenômeno incrível! Milhares de pessoas, de qualquer lugar do planeta, podem se comunicar instantaneamente, pesquisar sobre doenças, produtos etc., etc. É uma cadeia de informações e conhecimento quase que infinitos disponíveis a qualquer cidadão. Estas informações podem se propagar de forma desarticulada, como foi a origem da própria rede mundial, ou de maneira articulada, organizada por um grupo de pessoas e com objetivos claros e específicos; e é aí que entra o fator educacional!

Podemos gerenciar projetos e programas voltados para a educação como um fator de formação e capacitação contínua ou, simplesmente, auxiliar nossos alunos a fazer melhor uso desta ferramenta tão poderosa que, sem dúvida, é um elemento propulsor ao auto-didatismo.

Portanto, temos que ter claro que é fundamental oferecer aos educandos o contato cotidiano com a máquina, mas este por si só, não garantirá seu adequado manuseio. É necessário que, enquanto educadores, construamos este perfil em nossos estudantes, favorecendo o espírito da curiosidade, da sede pelo saber, da investigação, enfim, da insatisfação pelo que lhe é dado pronto, a fim de que ele mesmo tenha autonomia para tirar suas dúvidas, buscar e construir seu próprio caminho rumo a aprendizagem.




Para ver o original, acesse:

http://74.125.93.132/search?q=cache%3A_6ikaC78mLkJ%3Arocha.hiperlab.egr.

ufsc.br%2Fhiperlab%2Fmec%2Funidade2%2FPingos_nos_is.pdf+Pingo+nos+Is

%3A+a+import%C3%A2ncia+das+comunidades+em+rede&hl=pt-BR&gl=br



Comentários sobre o texto de Paola Gentile: Blog: diário (de aprendizagem) na rede

Blog: diário (de aprendizagem) na rede

Gostei muito do texto da Nova Escola, especialmente porque cita Cabo Frio como exemplo!

Bom, a utilização do blog como um recurso pedagógico é uma idéia bastante interessante e proveitosa. Ao elaborarem tarefas através, e para a Rede, os alunos tem algumas vantagens: uma delas é o fato deles poderem tirar suas dúvidas no momento em que elas surgirem, com a pesquisa na web; outra refere-se ao fato de que sabendo que essas atividades serão divulgadas para todos, pode existir uma maior preocupação em concretizá-la com êxito; e ainda, o fator “interatividade” que motiva os alunos a discutirem o assunto e com isso análises de diversos pontos de vista são realizadas, enriquecendo o trabalho.

Desta forma, esta ferramenta pode e deve ser utilizada nas escolas a fim de enriquecer o currículo do aluno e também fazer melhor uso do potencial oferecido pela Web.




veja o texto original em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/blog-diario-423586.shtml


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento

A popularização da rede mundial de computadores propiciou informações de todos os tipos de forma extremamente veloz, fazendo com que as pessoas tenham, num clique, acesso a informações de todo o mundo. Esta revolução ocorrida nas comunicações sociais gerou um novo tipo de comportamento no ser humano, tornando-o mais “conectado” ao que acontece em seu planeta. Contudo, não basta receber estas informações. É preciso selecioná-las, interpretá-las, analisá-las, enfim, submetê-las a crítica para que estas possam ser convertidas em conhecimento e fazer a diferença na formação do indivíduo.
Para que esta nova cultura seja incorporada efetivamente é preciso atentar para dois aspectos: o primeiro relaciona-se ao domínio da máquina. Embora seja verdade que os computadores e outras mídias estejam cada vez mais baratos e acessíveis à população, deve-se considerar que uma grande parcela ainda não dispõe destes recursos facilmente, o que retarda seu processo de “alfabetização informática”. É essencial que as pessoas tenham estes equipamentos disponíveis em seu cotidiano, pois facilita a familiarização, e consequentemente, a apropriação da máquina.
Outro ponto fundamental é que uma vez garantido o acesso a estes recursos, deve haver um trabalho pedagógico eficaz, quanto à leitura e a utilização destes equipamentos, e para isso faz-se necessário um trabalho anterior e/ou concomitante do professor. Desenvolver a capacidade de análise, abstração e crítica é fundamental para que as informações que invadem o espaço cibernético convertam-se em conhecimento fundamentado. Assim, não basta que se forneçam as tecnologias, é preciso desvendar os meandros que as permeiam para, enfim, utilizá-las de forma saudável e produtiva.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A relação Professor/Aprendiz frente às Novas Tecnologias


As Novas Tecnologias são historicamente recentes em nosso cotidiano, contudo, elas se transformam em uma velocidade inenarrável; eis uma característica que inibe e faz com que o docente se sinta diminuído diante de algo tão rico e grandioso. Ao perceber que as NTE estão dominando o contexto sócio-educacional, o professorado, que não obteve este conhecimento em sua formação, e que não enxerga estes instrumentos como sendo de sua geração, inicialmente se esconde em seus livros empoeirados e relega a estas tecnologias os adjetivos de “desnecessária” e “perversa”. Tal postura é extremamente aceitável, tendo em vista que o volume de informações e a velocidade em que estas se modificam são vertiginosas e assustam. Por isso, nós docentes, enquanto educadores comprometidos com a tarefa de orientar e facilitar a aprendizagem devemos vencer as limitações de nossa formação e lidar com a tecnologia multimídia como aprendizes desejosos de descobrir e transformar as informações, indicar novas possibilidades e, sobretudo, redescobrir o prazer de aprender algo que será extremamente útil e necessário aos seus alunos, pois não é possível imaginar o mundo presente esvaziado dos PCs, Mp10, Palm tops, GPS, Lap Tops etc. e por isso, também não é admissível um professor que não compreenda e entenda, o mínimo possível, destes instrumentos tecnológicos, tendo em vista que eles fazem parte do cotidiano dos nossos alunos. Assim, a tarefa do professor neste contexto é exatamente comportar-se como um aprendiz; aberto às novidades, curioso e humilde, para perceber a sabedoria dos seus educandos e aprender com eles, pois educação formal atualmente, também quer dizer RECIPROCIDADE.